Três notícias para começar a sua semana: 30 de setembro

Comece a sua semana com as principais actualizações: A Visa enfrenta um processo anti-trust, os negócios secretos do banco Prigozhin são revelados e o cofundador da Skael é acusado de fraude.

Três notícias para começar a sua semana: 30 de setembro

EUA acusam Visa de monopólio nos cartões de débito

(The New York Times)

O Departamento de Justiça abriu um processo antitrust contra a Visa, acusando a potência financeira de suprimir injustamente a concorrência no sector dos cartões de débito. Esta ação faz parte de uma iniciativa mais vasta para combater as práticas monopolistas das grandes empresas.

De acordo com a queixa, a Visa passou mais de uma década a estabelecer acordos exclusivos de facto com comerciantes e bancos, pressionando-os efetivamente a canalizar a maior parte das suas transacções através da rede de pagamentos da Visa. O Departamento de Justiça alega que a Visa tem mantido o seu monopólio impondo ou ameaçando impor taxas mais elevadas aos comerciantes que também utilizam redes de pagamento concorrentes para transacções de débito.

Esta ação judicial resulta de uma extensa investigação que está a decorrer há anos. Faz parte da estratégia mais ampla da administração Biden para atacar intermediários empresariais que alegadamente inflacionam as taxas e abusam do seu poder de mercado em vários sectores, da tecnologia à agricultura. 

A Visa desempenha um papel importante nesta dinâmica: De acordo com o Departamento de Justiça, processou uns impressionantes 3,8 biliões de dólares em transacções de débito nos EUA no ano passado e ganha mais de 7 mil milhões de dólares em taxas de processamento anualmente. Estes números representam mais de 60 por cento de todas as transacções de débito no país.

 

Yevgeny Prigozhin utilizou secretamente o JPMorgan e o HSBC para pagamentos Wagner

(Financial Times)

O JPMorgan Chase e o HSBC processaram inadvertidamente pagamentos a empresas africanas ligadas ao falecido senhor da guerra russo Yevgeny Prigozhin, numa altura em que o seu exército privado Wagner, sob sanções internacionais, expandia a sua influência por todo o continente e enfrentava acusações de horríveis violações dos direitos humanos. 

Documentos divulgados pelo Centro de Estudos Avançados de Defesa (C4ADS), um grupo de reflexão com sede em Washington, revelam que, em 2017, uma empresa sudanesa controlada por Prigozhin adquiriu equipamento industrial da China, com transacções facilitadas por grandes bancos ocidentais. 

O Grupo Wagner, condenado pelo Tesouro dos EUA por “execuções em massa, violações, raptos de crianças e outras atrocidades contra inocentes” em África, ganhou notoriedade por oferecer serviços mercenários a regimes opressivos e pelo seu papel na invasão russa da Ucrânia. 

Estes documentos divulgados ilustram a forma como Prigozhin, cujo avião se despenhou no ano passado na sequência de uma tentativa de motim contra o Presidente russo Vladimir Putin, conseguiu forjar um império criminoso transnacional no domínio dos recursos naturais, explorando secretamente os sistemas de pagamento das instituições financeiras ocidentais.

 

Cofundador da Skael enfrenta acusações de fraude nos EUA

(The Wall Street Journal)

Baba Nadimpalli, o ex-CEO da Skael, agora enfrenta sérias acusações criminais e um processo da Securities and Exchange Commission (SEC) por supostamente enganar os investidores sobre a receita da startup de automação comercial. 

Entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, o processo da SEC afirma que Nadimpalli levantou mais de US $ 30 milhões de investidores para a empresa com sede em São Francisco, afirmando falsamente que gerava até US $ 7 milhões em receita recorrente anual quando, na realidade, o valor era de apenas US $ 170.000.

Além disso, a SEC alega que Nadimpalli induziu os investidores em erro, levando-os a crer que a Skael tinha como clientes empresas de renome e até falsificou extractos bancários para apresentar pagamentos de clientes inexistentes. A SEC revela que os procuradores federais de São Francisco apresentaram queixas-crime contra ele. Além disso, Nadimpalli é acusado de se apropriar indevidamente de fundos de investidores para despesas pessoais, incluindo pelo menos 270 000 dólares utilizados para pagamentos de hipotecas, renovações de casas e pagamentos de automóveis.